Seminários do Departamento de Física
4/11/2015; 16-17 h sala de seminários D.F., Edf. 1
"Perceber os sons: um processo cognitivo"
Isabel Pires
Resumo:
Breve apontamento sobre os 3 principais níveis do processo cognitivo, a relevância da memória a curto e longo termo, assim como da atenção, na compreensão dos sons (musicais ou não).
Fenómenos de analogia entre visão e audição e de como essas analogias são essenciais para o discurso sobre um fenómeno não palpável como o som.
Mecanismos cognitivos de segregação e agrupamento de sons musicais; fenómenos de mascaramento e a percepção da "forma dos sons".
Perceber os sons: Audibilidade; Localização (propriedades do som que nos permitem compreender a localização estimada da fonte emissora); Sensações de distância e de movimento (características evolutivas na estrutura do som que geram essas sensações).
Como os compositores usam (e abusam) destes conhecimentos.
Resumo Biográfico
Compositora e intérprete de música acusmática, Isabel Pires é doutora em Esthétique, Sciences et Technologies des arts – spécialité musique pela Universidade de Paris VIII. É professora Auxiliar Convidada no departamento de Ciências Musicais da Universidade Nova de Lisboa e responsável pelo LIM (Laboratório de Informática Musical) na mesma Universidade. Isabel Pires é Investigadora no CESEM, onde é actualmente membro da direcção executiva e coordenadora do Grupo de Investigação ligado à música contemporânea.
Os seus interesses de investigação estão relacionados com o funcionamento cognitivo da percepção auditiva, assim como as características físicas do fenómeno sonoro e as noções de espaço na composição musical. Tem‑se interessado igualmente pela preservação de suportes áudio. Trabalha regularmente com o compositor François Bayle na análise de obras acusmáticas e produção de acusmografias (partituras de escuta gráficas).
As suas obras incluem música acusmática, instrumental e mista, e têm sido apresentadas na Europa, onde se tem também apresentado como intérprete, tendo ganho o 1° prémio do concurso de especialização e interpretação de obras acusmáticas, Espace du son 2004 , na Bélgica.
Das suas obras instrumentais salientamos « Incertitude », « Méditations Intimes », « Ombres », e « Le souffle d’un nuage ». Salientamos ainda as obras mistas « Le fil double », « Triformis Mundus » e « Réflexions Intemporelles », assim como as acusmáticas « Sideral », « Voyage au centre de la 5ème essence » e « Estranhas presenças que já não existem ».